Em memória da Dor

É fácil ir com a dor, navegar nos seus caminhos ondulados

Morrer na languidez dos seus cabelos e, permaner, eternamente, desfeita



Ainda me lembro de quantas vezes te vi abraçada a ela

Tantas vezes te vi pintado de cinzento, imóvel na cama

Sei tão bem que o medo paralisa e quanto é acolhedor o seu colo

Afinal, estamos ansiosos por conforto, por amor. E por isso não ter mal...

Olhem! Lá está o seu vulto de braços abertos: a dor embala-nos num calor humano, numa lembrança que ainda somos capaz de sentir, numa segurança de que estamos vivos.

Por uma desilusão, por um fracasso atroz, por uma perda veloz, uma injustiça cortante...



Às vezes parece que perdemos a força, o motivo para resistir ao escuro. Eu sei que para além destas paredes há um sol brilhante, trazendo às gentes sorrisos quentes.



A esperança é imortal no coração dos sonhadores.

Da linha do horizonte, onde o mar e o céu dão as mãos, acenam os espíritos oníricos, incentivando os audazes a conquistar o seu pedaço de estrela ou de arco-íris. Eles não desistem de nós. Como é que nos atrevemos a desistir deles?

Abdicar da sua benção?! Jamais!

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